quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

O melhor depósito a prazo tradicional, não promocional é... (23JAN2008)

Lido há momentos no Diário Económico:
"(...)Depósitos a prazo: Investimento seguro
Os depósitos a prazo continuam a ser o veículo mais difundido para aplicar as poupanças. Esta apetência por produtos sem risco subsiste e dado o contexto actual é possível que venha a aumentar. São muitos os aforradores que optam por esta aplicação por ser um produto sem risco e que remunera as poupanças com uma taxa garantida, sabendo logo à entrada qual o rendimento que irá obter no final do prazo escolhido. Estão disponíveis em todos os bancos e as taxas oferecidas são muito semelhantes.(...)"

Viram as taxas de juro aqui já referidas para a CGD e para os Certificados de Aforro (CA), certo? Só por aí esta afirmação parece chocante, ainda que os CA não sejam um depósito a prazo "puro".
Mas comparem as taxas da CGD com as do Banco Português de Negócios (BPN). O BPN está a remunerar depósitos a prazo a três meses a uma taxa bruta anual de 3,25% a 4,75%, ao balcão, a partir de 500€. Na CGD obtem-se uma taxa anual bruta de 1,80% para depósitos acima dos 25.000€! Se só tem 500€ obtem 0,25%.
Adicionalmente, no BPN é possível obter, com pagamento semestral de juros, uma taxa anual bruta de 5,10% para depósitos com montantes iguais ou superiores a 2500€.
Ora comparem com os da CGD e depois digam-me se "as taxas oferecidas são muito semelhantes."
Até prova em contrário, neste momento, off line, o BPN tem a melhor proposta, consultável aqui. Isto sem prejuizo de amanhã o cenário mudar.
Continuarei a acompanhar as melhores taxas de juro do mercado. Nos próximos dias focarei a oferta da banca online e, naturalmente, continuarei o processo de percorrer todos os bancos com informação disponível com o objectivo de criar uma síntese mais fácil de gerir e manter actualizada.Bons negócios!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Caixa seguro 12%, um embuste?

Nesta página a Caixa Geral de Depósitos apresenta um investimento com rentabilidade atractiva. Remunera 12% no final do contrato. E chama-se precisamente Caixa Seguro 12%. Capital garantido com remuneração garantida de 12% no final do contrato. A mobilização tem penalizações a menos que as taxas de mercado (o que será exactamente isso?) se situem em algum momento durante o contrato abaixo dos 4,35%. O que como veremos é uma enoooorme vantagem... para o banco, particularmente se a taxa de juro de mercado começar a andar abixo da taxas de juro anualizada deste Caixa Seguro 12%.
Em nenhum sítio da página é apresentada a taxa anualizada bruta ou líquida, note-se. Informa-se "apenas" a duração do contrato: 3 anos.
Ou seja, para cada 100€ no final do contrato garantem-lhe 112€ o que depois de impostos (estou a presumir que a taxa seja bruta ainda que não seja evidente) fica em 109.6€. Mas... como é que eu compara isto com a taxa de juro dos outros depósitos se não tenho a taxa anualizada? Desconfio que o que a CGD faz nesta sua página vai contra todas as normas e regulamentos de publicidade a produtos fincnadeiros precisamente por não indicar alguma informação obrigatória como seja a Taxa Anualizada Efectiva Bruta, mas isso é questão para a CMVM e/ou para o Banco de Portugal. A mim cabe-me informar (porque me apetece) que a dita taxa é de aproximadamente 3,85%. O que dá líquidos de IRS, 3,10%.
Reparou como está bem abaixo daquele referencial de 4,35%? Ou seja, se por ventura ao longo dos 3 anos digamos que as taxas de juro descem para... 2% o cliente não terá vantagem absolutamente nenhuma em resgatar o investimento pois provavelmente, então sim, estará com o dinheiro investido num dos melhores produtos do mercado deste tipo.
Caro investidor, esqueça esta oferta da CGD, há hoje no mercado ofertas a taxa fixa bem melhores, e a taxa variável, incomensuravelmente mais interessantes, nem que sejam os já referidos certificados de aforro (considerando o tal prazo de 3 anos).
Infelizmente estes casos não ocorrem só com a CGD como, desconfio, veremos em artigos futuros.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Caixa Geral de Depósitos entre os bancos com as piores taxas de juro de depósitos a prazo

Sendo um dos bancos de referência e segundo alguns critérios a maior insituição financeira nacional é natural que comecemos por aqui a análise banco a banco em busca das melhores taxas de juro do mercado.
Nesta primeria passagem centrar-nos-emos nas taxas de juro passivas, as que remuneram os aforradores.
Como veremos por comparação com os restantes bancos a Caixa Geral de Depósitos destaca-se por oferecer uma das piores soluções para quem quer depositar dinheiro a prazo. A tabela das taxas de juro de depósitos a prazo deste banco não é actualizada desde Agosto de 2007 (verificado em 15 Janeiro de 2008) e, na melhor da hipóteses, oferece uma taxa de juro fixa de 3% (2,4% líquidos) exigindo para tal uma imobilização do capital por um período de 3 anos e efectuando pagamento semestral dos juros.
Para um depósito a prazo a 181 dias (seis meses) que usaremos como termo de comparação com outros bancos, a taxa oferecida é de 0,25% brutos para depósitos até 1250€, de 2% brutos para depósitos entre os 1250€ e os 20000€ e de 2,25% brutos para depósitos acima dos 20000€.
Garanto-vos que há no mercado neste momento ofertas para mais do dobro deste valor (banco online) e mesmo na banca tradicional há ofertas muito melhores como veremos.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Certificados de Aforro, o eterno refúgio

Posso estar enganado pois não tenho informação previlegiada mas os Certificados de Aforro (consulte aqui a descrição), actualmente geridos pelo Insituto de Gestão de Crédito Público e disponíveis para subscrição e movimentação online através do Aforronet, são um instrumento de poupança transversal a várias classes sociais portuguesas.
Num país onde é consensual uma predisposição para a aversão ao risco e onde as taxas de poupança mostram um país diferente da habitual litorização (mais uma adivinhação) os certificados de aforro continuam pujantes e entre a lista dos mais populares captadores de poupança recorrendo à ainda quase universal rede de retalho que são as estações dos CTT.
E esta preferência justifica-se. Em boa parte sim. A taxa de juro de referência para novas subscrições fixou-se me Janeiro nos 3,72% (2,976% líquidos) o que não sendo a melhor do mercado bate aos pontos (como veremos em artigos futuros) a sua concorrência natural: a banca de proximidade ou dita tradicional onde a poupança de faz olhos nos olhos aos balcão. Adicionalmente, a médio prazo, através dos prémios semestrais de permanência de 0,25% (0,2% líquidos) acabam por entrar na lista dos depósitos a prazo com melhores remunerações entre toda a oferta dispnível, incluindo a que se encontra só na banca online. De facto, actualmente, quem tenha certificados de aforro há pelo menos 4 anos e meio estará a usufruir de uma taxa bruta de 5,72%, líquida de 4,576%. Onde é que se encontra uma aplicação, possível a partir dos 2,5€ que remunere tão bem mesmo para estes prazos?
Uma nota final: para aplicações a curto prazo (menos de um ano) os certificados de aforo apresentam alguns inconvenientes. Poru m lado nos primeiros três meses é mobilização do dinheiro é impossível, por outro lado a taxa de juro não é concorrencial face a muitos depósitos disponíveis na banca online e mesmo face a alguns depósitos promocionais que se encontram em alguns bancos mais "agressivos". Para mais detalhes, continue a acompanhar os artigos que se seguem.

domingo, 13 de janeiro de 2008

As melhores Taxas de Juro: Banco a Banco

Comecemos pelas taxas de juro passivas - as dos depósitos a prazo.
O objectivo final será o de chegar a uma cábula o mais abrangente possível com a oferta disponível no mercado português em cada banco. Centrar-me-ei nas taxas de juro dos depósitos a prazo tradicionais, sem produtos estruturados à mistura, procurando espreitar as comissões cobradas, condições de movimentação e subscrição e distinguindo o que é estrutural do que é apenas promocional.
O tempo é escasso e portanto vou analizar ao longo das próximas semanas a informação disponibilizada na internet por cada banco. No final criarei uma folha de resumo com as ligações fundamentais para a informação divulgada pelos bancos de modo a servir de cábula de investigação e instrumento de actualização regular das análises.
Espero que venha a ser útil para alguém!

sábado, 12 de janeiro de 2008

Acompanhar as taxas de juro

Seja para credores, seja para aforradores, responder a esta pergunta é tarefa difícil, pelo menos em termos absolutos. A taxa de juro é o preço do dinheiro e como todos os preços está sujeita a negociação directa (onde comprador e vendedor discutem os termos) ou indirecta onde é a lei dos grande números, o mercado, que acabam por determinar esse mesmo preço.
Tendo frequentemente dificuldade em responder a esta pergunta que tantas vezes me colocam (talvez por ser economista) vou tentar por aqui acompanhar a evolução das taxas de juro praticadas no mercado português.
Para fazê-lo acompanherei a evolução das taxas de referência, tipicamente, no espaço Europeu estamos a falar da Euribor e os preçários disponibilizados pelos vários bancos tanto para concederem crédito quanto para remunerarem depósitos a prazo tradicionais.
Episodicamente terei testemunhos de negociações directas que poderão disponibilizar informação preciosa sobre o que se vai conseguindo negociar fora das tabelas. Para isso conto também com o contributo de eventuais leitores que aqui queiram deixar testemunho.
Segue então esta experiência! Mãos à obra!